O Corinthians foi derrotado pelo São Paulo por 2 a 0, neste sábado (19), no Estádio do Morumbis, pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro. A saída do meia Oscar, do São Paulo, com apenas 15 minutos do clássico contra o Corinthians, parecia uma grande notícia para o Timão. No entanto, o que parecia fortalecer o clube alvinegro foi exatamente o que matou o clássico disputado no Morumbi. Luciano marcou os dois gols da vitória tricolor em um intervalo de três minutos no segundo tempo.
Contexto do Jogo
O Corinthians chegava embalado após vencer o Ceará por 1 a 0, fora de casa, resultado que encerrou uma sequência negativa de cinco jogos sem vitória. Com Memphis e Ángel Romero de volta após cumprirem suspensão, o Timão buscava consolidar a recuperação no Brasileirão e se aproximar do pelotão de frente da tabela.
Do lado são-paulino, a situação era crítica. A equipe não vencia há cinco jogos pelo Brasileirão e ocupava a 16ª posição, apenas um ponto acima da zona de rebaixamento. A pressão por resultado era intensa no MorumBis, onde o time precisava reagir diante de sua torcida.
Escalações e Primeiros Minutos
O Corinthians foi escalado com: Hugo Souza; Félix Torres, Cacá, André Ramalho, Matheus Bidu; Breno Bidon, José Martínez, André Carrillo, Rodrigo Garro; Romero, Memphis Depay. Dorival Júnior optou por manter o esquema em losango no meio-campo, sistema que havia dado certo com Ramón Díaz, mas que vem apresentando dificuldades nas mãos do atual técnico.
O jogo teve uma reviravolta precoce quando Oscar sofreu lesão e saiu com 15 minutos de jogo. O meia recebeu longo atendimento médico mas não aguentou as dores nas costas após disputa pelo alto. Oscar subiu para disputar lance aéreo e caiu de mal jeito com as costas no gramado.
O Paradoxo da Lesão de Oscar
O volante Alisson entrou para ser o terceiro homem do meio campo, ao lado de Bobadilla e Marcos Antônio. Com a mudança, o Tricolor ganhou em força física e passou a dominar a zona central. Ironicamente, a lesão que parecia favorecer o Timão acabou sendo o ponto de virada do clássico.
Nos primeiros minutos, o Corinthians até tentou marcar algo na saída de bola adversária. Mas a partir da saída de Oscar e a entrada de Alisson, o Corinthians parou de jogar. O São Paulo passou a controlar o meio-campo e dominar as ações ofensivas.
Primeiro Tempo: Oportunidade desperdiçada
O Corinthians criou a melhor chance do primeiro tempo quando Memphis deixou Romero cara a cara com o goleiro Rafael. E quando o Corinthians conseguiu criar uma chance de perigo, a única da partida, Romero perdeu uma bola açucarada. Memphis deixou o atacante paraguaio cara a cara com o goleiro Rafael, que defendeu a finalização com o rosto.
A péssima atuação dos meias José Martínez e André Carrillo permitiram os alas do São Paulo chegarem constantemente em liberdade e criando jogadas ofensivas. O esquema em losango, que funcionava com Ramón Díaz, mostrava suas limitações sob o comando de Dorival Júnior.
O Timão sofreu dois gols em um intervalo de três minutos, ambos marcados por Luciano. O atacante vestiu a camisa corinthiana entre 2013 e 2014. Os gols expuseram a fragilidade defensiva corinthiana nos momentos cruciais.
Segundo Tempo: morno e sem inspiração
Visto o prejuízo no primeiro tempo, o técnico Dorival Júnior retornou o Corinthians para o segundo tempo com três mudanças. A mais surpreendente foi a saída de Memphis Depay para a entrada do garoto Gui Negão. A decisão pela mudança foi técnica.
A outra mudança foi a entrada do lateral de ofício Léo Maná no lugar do improvisado Félix Torres. José Martínez também foi substituído por Raniele, mas as alterações não surtiram efeito.
Análise Tática: Sistema que não funciona
O Corinthians foi escalado pela terceira partida consecutiva com quatro meias posicionados em losango. O esquema tático que foi fundamental para a arrancada heróica do Timão no fim do ano passado e também para o título paulista nesta temporada, ambos com Ramón Díaz, parece não funcionar nas mãos de Dorival Júnior.
No primeiro gol, o volante são-paulino Marcos Antônio ganhou no alto pelo meio, após saída de bola do goleiro corintiano Hugo Souza. O meio-campista acionou André Silva, que recebeu com liberdade, avançou e serviu Luciano livre.
A torcida do São Paulo ainda comemorava o primeiro gol quando Félix Torres, zagueiro que no clássico novamente foi improvisado como lateral-direito, não cortou uma inversão são-paulina.
Destaques Individuais
Pontos Positivos:
- Memphis: Criou a melhor chance corintiana no primeiro tempo, mas foi substituído no intervalo
- Hugo Souza: Evitou um placar ainda mais elástico com boas defesas
- Rodrigo Garro: Manteve qualidade na distribuição de passes
Pontos a Melhorar:
- José Martínez e André Carrillo: Atuações abaixo do esperado permitiram liberdade aos alas são-paulinos
- Félix Torres: Improvisado na lateral-direita, falhou no segundo gol de Luciano
- Sistema defensivo: Passividade nos dois gols custou caro ao Timão
Jejuns que persistem
O Corinthians chegou a cinco derrotas consecutivas como visitante contra o São Paulo – foram quatro jogos no MorumBis e um no Mané Garrincha, pelo Brasileirão do ano passado.
A última vitória corinthiana sobre o Tricolor pelo Campeonato Brasileiro aconteceu no dia 13 de dezembro de 2020, que na ocasião aconteceu na Neo Química Arena, casa corintiana. Desde então, foram nove jogos com seis triunfos são-paulinos e três empates.
O jejum corintiano chegará a 15 anos quando se trata de vitórias sobre o São Paulo como visitante por Brasileirões. A última vez que isso aconteceu foi em 7 de novembro de 2010, pelas 34ª rodada daquela edição na competição nacional.
Desdobramentos
A derrota representa um duro golpe na sequência que o Corinthians vinha construindo. Se a falta de inspiração dos atacantes foi o que comprometeu o Corinthians na derrota para o Red Bull Bragantino, no último fim de semana, o problema contra o São Paulo foi o sistema defensivo.
O Corinthians volta a campo nesta quarta-feira (23), às 19h30 (horário de Brasília), quando enfrenta o Cruzeiro, pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro. A partida será realizada na Neo Química Arena, casa corinthiana.
O time precisa urgentemente encontrar soluções táticas que funcionem com Dorival Júnior. O esquema em losango, marca registrada dos sucessos recentes, não tem apresentado a mesma efetividade, e a fragilidade defensiva tem custado pontos importantes na luta por objetivos mais ambiciosos na temporada.