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quinta-feira, 5 de junho de 2025 - 00:40
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Muros do Parque São Jorge amanhecem pichados com críticas à gestão de Augusto Melo em clima de tensão no Corinthians

Muros do Parque São Jorge viram painel de tensão política, expresso em arte urbana de protesto contra diretoria alvinegra.

Na madrugada desta quarta-feira, os muros do Parque São Jorge, sede social e administrativa do Sport Club Corinthians Paulista, foram alvo de pichações que expressam o descontentamento de parte da torcida com a condução do presidente Augusto Melo. Frases como “Muito podcast e pouco futebol” e “Fora, Augusto Pinóquio” surgiram estampadas em diversos pontos da fachada, apontando falhas na transparência e na gestão financeira do clube.

O protesto ocorre num momento em que o Corinthians amarga resultados irregulares dentro de campo. Campeão paulista em abril, o time acabou eliminado ainda na fase de grupos da Copa Libertadores, ocupa o terceiro lugar do Grupo E na Sul-Americana e figura apenas em 12º lugar no Brasileirão, tendo sofrido um contundente 4 a 0 para o Flamengo no último domingo, no Maracanã.

Fora das quatro linhas, a crise se aprofunda com a recente reprovação das contas de 2024 pelo Conselho Deliberativo, que registrou 130 votos contrários, 73 favoráveis e seis abstenções. Antes disso, Conselho Fiscal e Conselho de Orientação (Cori) já haviam emitido pareceres unânimes contra o balanço apresentado, apontando adiantamentos de receitas sem comprovação documental e contratos sem garantias adequadas.

Segundo dados oficiais, o passivo do clube saltou de R$ 1,67 bilhão em 2023 para R$ 2,5 bilhões em 2024, um aumento de R$ 829 milhões que acende o alerta sobre a saúde financeira alvinegra.

Em nota oficial, a Gaviões da Fiel, maior torcida organizada do Corinthians, se declarou “indignada com o envergonhamento público” e exigiu “clareza imediata sobre o destino de cada real arrecadado” no projeto da Arena do Corinthians, conhecido como “Doe Arena”. A organizada apontou que “o tempo de promessas não cumpridas e discursos vazios acabou”.

Procurada, a diretoria corintiana reafirmou compromisso com a transparência e informou que “trabalha para encaminhar ajustes contábeis e revisar contratos questionados”. Já o presidente Augusto Melo afirmou que “as críticas fazem parte do processo democrático do clube, mas não podem se sobrepor ao trabalho de reconstrução do Corinthians”.

Enquanto o ambiente político-institucional segue conflituoso, o Corinthians volta a campo nesta quarta contra o Novorizontino, pela Copa do Brasil, buscando uma reação que alivie a pressão – e até mesmo reverta o clima adverso que se formou nos muros de sua própria casa.

Corinthianista
Corinthianista
Editor chefe do Corinthianistas.
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