O indiciamento de Augusto Melo ocorreu na última quinta-feira, dia 22 de maio de 2025, quando a Polícia Civil de São Paulo formalizou a acusação contra o presidente do Corinthians. Ele responde a três crimes no inquérito sobre o patrocínio da VaideBet.
O inquérito sobre o patrocínio da empresa VaideBet ao Sport Club Corinthians Paulista teve seu capítulo mais grave na última quinta-feira (22). Augusto Melo, eleito presidente em novembro de 2023, foi indiciado pelos crimes de furto qualificado pelo abuso de confiança, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As investigações apuraram supostos desvios de parte da comissão paga à diretoria do clube, repassando valores a uma empresa intermediária considerada “fantasma”.
Desde abril, membros da diretoria do Timão vinham prestando depoimentos à Polícia Civil. Marcelo Mariano, ex-diretor administrativo, e Sérgio Moura, ex-superintendente de marketing, relataram versões divergentes sobre contratos e pagamentos. O indiciamento Augusto Melo aconteceu após conclusão do inquérito preliminar, enquadrando-o ao lado de dois ex-dirigentes e de um representante da VaideBet.
No Conselho Deliberativo, o clima é de apreensão. A reprovação das contas de 2024 coincidiu com movimentos por um pedido de impeachment, que ganhou força após o indiciamento. Grupos de conselheiros pressionam por uma Assembleia Geral Extraordinária para deliberar sobre eventual afastamento cautelar. Do lado da torcida, as organizadas mais críticas ao atual mandato já pediram esclarecimentos públicos.
Em nota oficial, o advogado Ricardo Cury afirmou que “a defesa tem muita segurança de que o presidente não será condenado: “Não há elementos suficientes para responsabilizá-lo criminalmente”, e descartou renúncia ou suspensão voluntária de cargo. “Seguiremos colaborando com as autoridades até o fim do processo”, completou Cury.
O próximo passo é o envio de relatório ao Ministério Público, que decidirá se oferece denúncia formal à Justiça. Caso a denúncia se confirme, Augusto Melo poderá enfrentar processo judicial e, simultaneamente, instâncias internas do clube poderão acelerar pauta de impeachment. A expectativa é que, até meados de junho, haja definição sobre denúncia ou arquivamento.
O quadro deixa o Corinthians em situação inédita desde a redemocratização do clube. Enquanto o presidente se mantém no cargo, a diretoria executiva busca minimizar impactos esportivos e garantir foco nos compromissos da temporada. O departamento jurídico do clube já mobiliza especialistas para acompanhar as fases processuais e planejar possíveis recursos.
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