Matéria da Gazeta Esportiva, por Tiago Salazar e André Costa, ganhou repercussão nesta semana após um empresário acusado de negociar camarotes e patrocínios com o presidente afastado Augusto Melo revelar atrasos e falta de pagamentos por parte do clube.

O cenário financeiro que envolve o Corinthians expõe riscos à credibilidade do clube junto a fornecedores e patrocinadores. Segundo o empresário gaúcho Igor Zveibrucker, o clube deve R$ 4,4 milhões, valor já incluído na Regime de Centralização de Execuções (RCE), e não cumpriu com acordos de cessão de camarotes nem formalizou contratos para abater parte da dívida.
Dívidas e acordos mal formalizados
Durante a estadia do Corinthians em Porto Alegre para o duelo com o Grêmio, o vice-presidente Armando Mendonça se reuniu com Igor Zveibrucker para tratar das pendências. Além dos R$ 4,4 milhões, Augusto Melo havia cedido dois camarotes na Neo Química Arena com desconto (de R$ 2 milhões para R$ 1,3 milhão), mas nunca formalizou o acordo em contrato. Ainda na reunião, Igor revelou que o clube se comprometeu a pagar R$ 3,5 milhões ao Água Santa pela contratação do zagueiro Luiz Eduardo, hoje reserva do sub-20, que chegou a entrar em campo de surpresa nos minutos finais na Arena e como titular em Novo Horizonte.
Revelações de bastidor e polêmicas
Em pouco mais de 1h30min de encontro, Igor Zveibrucker afirmou ter sido o responsável pelo acordo entre o Corinthians e a Brax, mesmo que toda a comissão tenha ficado com Carlos Leite. Ele também enviou a proposta de empréstimo do Montpellier (FRA) por Gui Negão, jogador em que detém direitos econômicos. Além disso, declarou que se recusou a ajudar com pagamentos a advogados de Augusto Melo e se sentiu “abandonado” pelo ex-dirigente, com quem dizia ter uma relação de amizade.
Via assessoria, Augusto Melo se defendeu: “A gestão do presidente Augusto Melo teve muita dificuldade financeira, principalmente no início de 2024, quando tinha inúmeros salários atrasados e uma debandada de jogadores. Os empréstimos adquiridos estão todos no balanço de 2024, que foi apresentado aos órgãos fiscalizadores do Corinthians, como tudo que foi feito no ano de 2024 (…) Vale salientar que a dívida com o empresário citado está dentro da RCE feita no final de 2024”.
Impacto no mercado e próximos passos
O atraso nas obrigações financeiras afeta diretamente o planejamento de eventos corporativos e a relação com investidores. “Fomos surpreendidos pelo não pagamento e pelo cancelamento de camarotes já fechados, sem qualquer comunicado prévio”, afirmou Igor. A situação pode gerar sanções contratuais, ações judiciais e bloqueio de cotas de patrocínio, reduzindo receitas essenciais para contratações e manutenção da Arena.
A diretoria do Corinthians ainda não se manifestou oficialmente, mas estuda convocar uma reunião de emergência para renegociar débitos e evitar desgaste junto à torcida e ao mercado. Especialistas recomendam transparência e rapidez na resolução: qualquer demora pode encarecer a captação de novos contratos e abalar a confiança de futuros parceiros.
O episódio vai além de um impasse financeiro: reflete na confiança de parceiros, na reputação do clube e pode influenciar diretamente a performance fora de campo. A resposta oficial do Timão é aguardada com atenção, pois definirá o futuro das negociações corporativas e a credibilidade do clube.
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