O Corinthians conseguiu se livrar de uma multa milionária na rescisão com a RF Segurança após negociação bem-sucedida da gestão interina. A empresa abriu mão dos aditivos contratuais que resultariam em uma penalidade de quase R$ 30 milhões ao clube alvinegro.

Acordo evita prejuízo milionário ao Timão
A direção corinthiana, comandada pelo presidente interino Osmar Stabile e pelo vice Armando Mendonça, celebrou nesta terça-feira uma conquista fundamental para as finanças do clube. Após intensas negociações, a RF Segurança e Serviços decidiu abrir mão dos aditivos contratuais que haviam sido assinados pelo ex-presidente Augusto Melo em maio deste ano.
Inicialmente, o Corinthians enfrentava a possibilidade de pagar R$ 29.631.191,04 caso optasse pela rescisão dos contratos. Contudo, através de uma notificação extrajudicial recebida nesta terça-feira, a empresa sinalizou sua disposição em agilizar a resolução do impasse, exigindo apenas o pagamento de uma mensalidade como multa.
Contexto dos contratos controversos
Os aditivos foram firmados por Augusto Melo pouco antes de seu afastamento pelo Conselho Deliberativo do Corinthians. Esses documentos estenderam os contratos com duas empresas do grupo RF até o final de 2030, incluindo aumentos nas mensalidades e mudanças significativas nas cláusulas de rescisão.
Anteriormente, os contratos eram válidos até 2026 e previam multa de apenas uma mensalidade em caso de rompimento. Com as alterações, além da extensão do prazo, as penalidades passaram a corresponder ao valor integral remanescente do vínculo, criando um cenário prejudicial para o clube.
Consequentemente, a gestão atual questionou a legitimidade desses aditivos, especialmente porque foram elaborados fora do sistema DocuSign, plataforma oficial de contratos do clube, e sem comunicação prévia aos departamentos jurídico e de compliance.
Desfecho favorável para o Corinthians
Leonardo Pantaleão, superintendente jurídico do clube, orientou a estratégia de “comprar a briga” com a RF Segurança. Em 4 de junho, Osmar Stabile formalizou a notificação de rescisão, recebendo posteriormente uma contranotificação exigindo o pagamento integral das multas.
“Se acham que há algum problema, basta não rescindir. Não há prejuízo algum em manter o contrato vigente”, havia declarado Augusto Melo quando o caso veio à tona.
Porém, a postura firme da atual administração surtiu efeito. Agora, o Timão deverá pagar apenas R$ 1.041.757,24, valor que inclui os serviços prestados entre maio e julho (R$ 886.765,42) somados à multa original de uma mensalidade (R$ 154.991,82).
Desdobramentos jurídicos de Augusto Melo
Paralelamente, Augusto Melo sofreu nova derrota na Justiça. A desembargadora Maria Cecília Leone, da 8ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, indeferiu o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do ex-presidente no caso VaideBet.
Da mesma forma, Peterson Ruan Aiello, aliado de Augusto Melo, também teve seu pedido para derrubar o impeachment negado pelo desembargador Enéas Costa Garcia. Esses resultados fortalecem a posição da gestão interina enquanto se aguarda a assembleia geral dos associados marcada para 9 de agosto.
Perspectivas para o futuro
A resolução deste impasse representa um alívio significativo para as finanças corinthianas, que enfrentam diversos desafios econômicos. Além disso, demonstra a eficácia da nova gestão em resolver problemas herdados da administração anterior.
O clube tem agora 10 dias úteis para efetuar o pagamento acordado com a RF Segurança, encerrando definitivamente esta questão contratual. A expectativa é que o valor seja transferido dentro do prazo estabelecido, evitando qualquer complicação judicial adicional.
Dessa forma, o Corinthians conseguiu transformar uma situação potencialmente desastrosa em uma solução viável, economizando quase R$ 29 milhões que poderiam comprometer ainda mais o orçamento do clube. Esta vitória administrativa certamente fortalece a posição de Osmar Stabile enquanto a questão do impeachment de Augusto Melo aguarda definição final.