17.2 C
São Paulo
sexta-feira, 25 de julho de 2025 - 15:09
InícioVídeosColetivasAnálise da entrevista de Dorival Júnior - Corinthians 0 x 0 Cruzeiro...

Análise da entrevista de Dorival Júnior – Corinthians 0 x 0 Cruzeiro (23/07/2025)

Técnico admite dificuldades ofensivas, cobra reforços prometidos e reafirma confiança no elenco após empate contra o líder Cruzeiro.

O Corinthians empatou sem gols com o líder Cruzeiro na Neo Química Arena, resultado que amenizou a crise e garantiu a permanência de Dorival Júnior no cargo. O técnico estava sob forte pressão após a derrota para o São Paulo e rumores de demissão.

Veja entrevista de Dorival Júnior na íntegra.

Principais temas abordados

1. Avaliação da partida

Pergunta inicial (Luiz Fabiani – Rádio Bandeirantes): Sobre anular o ataque do Cruzeiro vs. não criar muitas chances.

Resposta de Dorival: Destacou o equilíbrio do futebol brasileiro atual, onde “as defesas prevalecem sobre os ataques”. Elogiou a organização da equipe contra o líder da competição, reconhecendo um início irregular, mas com melhora ao longo do jogo. Mencionou que o Cruzeiro “faz dois gols para mais” em todas as rodadas, ressaltando a dificuldade do adversário.

2. Questões defensivas e formação da zaga

Pergunta (Rafael Esgriles – Energia 97): Sobre a dupla André Ramalho e Gustavo Henrique.

Resposta: Dorival explicou que é “impossível manter uma equipe a todo momento” devido à recuperação complexa entre rodadas. Citou o jogo pesado contra o Ceará em meio de semana e enfatizou a importância do departamento médico na gestão de cargas. Disse que não dá para “compor antecipadamente qualquer situação pro jogo seguinte”.

3. Rotação e planejamento para próximos jogos

Pergunta (Henrique Vigilhote – Rádio Craque Neto): Sobre poupar jogadores para o derby contra o Palmeiras.

Resposta: Afirmou que trabalham “rodada a rodada, jogo a jogo”, buscando a melhor condição para cada atleta. Disse que terão “jogos fundamentais” e “não podemos abrir mão de nenhuma” das competições.

4. Caso Memphis Depay

Pergunta: Sobre a recuperação da energia do Memphis e o episódio do banco de reservas.

Resposta significativa: Dorival foi direto ao dizer que é “assunto interno que já está resolvido, sanado”. Explicou sua filosofia: “Futebol são funções. Funções respeitadas com muita energia te proporciona uma possibilidade maior de resultado”. Admitiu que poderia ter tirado “qualquer outros três” jogadores, não apenas Memphis, pois não foi “uma grande noite da nossa equipe”.

5. Elogios a Rodrigo Garro

Pergunta (Gabriel Braga – Agência Ultimão): Avaliação do desempenho de Garro.

Resposta entusiástica: Chamou-o de “jogador diferenciado”, “com potencial único” e “um dos grandes meios do futebol brasileiro nesse momento”. Destacou suas qualidades técnicas: “capacidade de jogar de primeira, aproximação, trocas de passes, bolas em profundidade”.

6. Problemas ofensivos

Pergunta crucial (Camila Fachelola – Rádio Coringão): Sobre os apenas dois gols em quatro jogos.

Declaração reveladora: Dorival admitiu que as dificuldades estão “no sistema ofensivo” e fez uma confissão importante: “Eu não escondo de vocês que eu ainda não tive os três jogadores de ataque jogando juntos. Eu tô aqui há 90 dias e em momento nenhum isso daí aconteceu”. Espera tê-los “o quanto antes”, pois são “jogadores que se completam”.

7. Escolhas táticas

Pergunta (Leonardo Rodrigues – Central do Timão): Sobre Thales Magno e ausência de Carrillo.

Resposta: Explicou que Thales “vem treinando muito bem” e espera que recupere a condição de quando chegou. Sobre Carrillo, disse que é “um grande jogador” e procura “usar o melhor do Carriho no momento mais importante das partidas”. Justificou que era um jogo que exigia “uma outra característica no meio”.

8. Relacionamento com a torcida

Pergunta (Rodolfo Henrique – Dimensão Esportiva): Sobre o apoio da torcida.

Resposta emotiva: Dorival foi categórico: “Eu nunca joguei em nenhum momento que eu tenha jogado contra o Corinthians. Eu vi a torcida apupando, vaiando os jogadores dentro dos 90 minutos. Nunca”. Elogiou a torcida corintiana como sempre sendo “motivação”, “entrega” e “comprometimento”.

9. Expectativa sobre Yuri Alberto

Pergunta (Henrique): Possibilidade de retorno do atacante.

Resposta: Demonstrou ansiedade pelo retorno, chamando-o de jogador que “faz muita falta” não só pelos gols, mas “pela postura”. Destacou que é “um dos poucos dentro do nosso elenco que tenha essa característica nata de buscar os corredores” e que “com Yuri o nosso número de gols altera muito”.

10. Pressão e permanência no cargo

Pergunta mais tensa (Gabriel Oliveira – GE): Sobre pressão pela permanência.

Resposta mais longa e reveladora: Dorival foi muito sincero ao dizer que “tranquilidade não existe no futebol”. Fez revelações importantes sobre sua contratação:

  • Disse que acertou o contrato “juntamente com o Fabinho”
  • Pontuou que “precisava de quatro elementos” e “me foi assegurado que isso aconteceria”
  • Elogiou muito Fabinho Soldado, chamando-o de futuro “um dos grandes executivos de futebol do futebol brasileiro”
  • Mencionou a mudança de presidente e que o novo presidente “não havia ainda conversar comigo a respeito”

Sobre pressão: “Pressão é só é pressionado quem tem condições de dar retorno. Não é pressionado aquele que não tenha potencial e qualidades para poder dar retorno dentro do seu trabalho”. Afirmou ficar “muito satisfeito de ser pressionado”.

11. Filosofia sobre posições (Bidon)

Pergunta final (Uisses Lopes – Lance): Sobre Bidon como meia armador.

Resposta técnica: Explicou sua concepção tática, dizendo que para ele só Raniele é “realmente um volante funcional”, enquanto os demais (Carrillo, Martinez, Charles) são “segundo homens” na sua visão. Bidon seria um “segundo volante” com características de “aproximação”, “bom passe” e “potencial de infiltração”.

Panorama geral da entrevista

Tom e postura

Dorival se mostrou visivelmente mais tranquilo e confiante comparado ao que seria esperado após a pressão da semana. Demonstrou autoridade técnica e conhecimento profundo do elenco, mas também transparência sobre as limitações.

Principais mensagens

  1. Realismo sobre limitações: Admitiu carências no elenco e dificuldades no setor ofensivo
  2. Defesa do trabalho: Argumentou que o futebol atual privilegia organizações defensivas
  3. Gestão de expectativas: Explicou que trabalha com limitações e desfalques constantes
  4. Confiança no processo: Mostrou convicção de que vai “entregar coisas boas” se deixarem trabalhar

Revelações importantes

  • Nunca teve os três atacantes principais jogando juntos em 90 dias
  • Acordos não cumpridos em relação a contratações
  • Problemas internos com Memphis já resolvidos
  • Dependência alta de jogadores específicos como Yuri Alberto e Garro

Relação com dirigentes

Fez elogios públicos a Fabinho Soldado, mas deixou implícito que houve promessas não cumpridas. Demonstrou entender as mudanças políticas no clube, mas manteve postura profissional.

Perspectiva futura

Apesar dos problemas, Dorival se mostrou otimista e determinado a continuar o trabalho, enfatizando que suas equipes “sempre foram equipes que jogaram, que criaram, que fizeram muitos gols e que alcançaram grandes resultados”.

A entrevista revela um técnico experiente, que compreende as pressões do cargo, mas mantém convicção no seu método de trabalho, mesmo diante das limitações estruturais que enfrenta no Corinthians.

Corinthianista
Corinthianista
Editor chefe do Corinthianistas.
ARTIGOS RELACIONADOS

Mais Comentados