O Corinthians foi derrotado pelo Juventude por 2 a 1 na noite desta segunda-feira (11), no estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, pela 19ª rodada do Campeonato Brasileiro. Gabriel Taliari e Matheus Babi marcaram para os donos da casa, enquanto Matheuzinho descontou com um golaço de falta. A expulsão relâmpago de Ángel Romero complicou ainda mais a situação do Timão.

A partida marcou a reestreia do técnico Thiago Carpini no comando do Juventude, que buscava interromper uma sequência de quatro derrotas consecutivas. Para o Corinthians, o duelo representava a oportunidade de manter o embalo após a classificação histórica sobre o Palmeiras na Copa do Brasil.
O Timão encerrou o primeiro turno do Brasileirão com 22 pontos conquistados, fruto de cinco vitórias, sete empates e sete derrotas – uma campanha que deixa a equipe na 13ª posição e ainda longe de seus objetivos na competição.
O confronto também teve importância histórica: o Corinthians não vencia o Juventude no Alfredo Jaconi desde 2002, tabu que se manteve após mais 90 minutos de frustração.
Primeiro tempo: Domínio estéril e cabeçada certeira
Dorival Júnior escalou o Corinthians com Hugo Souza; Matheuzinho, André Ramalho, Gustavo Henrique, Matheus Bidu; Raniele, José Martínez, Breno Bidon; Rodrigo Garro, Talles Magno e Yuri Alberto. A estratégia priorizava a posse de bola e construção pelo meio-campo.
O Timão começou melhor e criou a primeira oportunidade aos 6 minutos. Bidu foi lançado pela esquerda e cruzou rasteiro. Na tentativa de corte, o zagueiro adversário tropeçou e a bola ficou livre na área, mas conseguiu se recuperar antes da chegada dos atacantes corintianos.
Um minuto depois, nova chance: Talles Magno cruzou da esquerda para Yuri Alberto, que não conseguiu alcançar a bola na área. O padrão se repetiu durante todo o primeiro tempo – domínio territorial corinthiano, mas sem efetividade.
O Juventude, com menor posse de bola, mostrou-se mais objetivo. Aos 19 minutos, Gabriel Taliari abriu o placar com um verdadeiro míssil de cabeça. Marcelo Hermes cruzou pela esquerda e o atacante correspondeu com uma finalização potente, impossível para Hugo Souza.
Nos minutos finais da etapa inicial, Matheuzinho tentou o empate em finalização de fora da área, mas a bola passou ao lado da trave. Gabriel Veron, do Juventude, ainda quase ampliou, mas Hugo Souza fez defesa providencial.
Segundo tempo: Expulsão e reação tardia
Sem alterações no intervalo, o Corinthians voltou pressionando em busca do empate. Aos 16 minutos, Garro invadiu a área e cruzou na medida para Talles Magno, mas o atacante cabeceou ao lado da trave esquerda.
Dorival promoveu mudanças duplas aos 18 minutos, tirando Matheus Bidu e Martínez para as entradas de Angileri e Dieguinho. Aos 30, nova alteração: Charles e Romero substituíram Talles Magno e Raniele.
Aos 35 minutos, o Juventude ampliou com Matheus Babi. O atacante, que havia entrado no segundo tempo, recebeu assistência do veterano Nenê e não desperdiçou a oportunidade, fazendo 2 a 0.
O cenário ficou ainda mais complicado quando Ángel Romero foi expulso aos 39 minutos. O paraguaio agrediu Jadson fora do lance e recebeu cartão vermelho direto, apenas nove minutos após entrar em campo. A atitude irresponsável prejudicou qualquer chance de reação.
Mesmo com um jogador a menos, Matheuzinho conseguiu diminuir o placar aos 43 minutos. O lateral cobrou falta com perfeição, acertando o ângulo e diminuindo para 2 a 1. Foi um golaço que aqueceu os corações corinthianos, mas o tempo já era insuficiente.
Análise tática e desempenho individual
O Corinthians apresentou as mesmas deficiências que vêm marcando sua campanha irregular no Brasileirão. Apesar de dominar a posse de bola (cerca de 60%), a equipe não conseguiu transformar o controle em oportunidades claras de gol.
A defesa voltou a falhar em lances de bola aérea, problema recorrente da equipe. O gol de Taliari expôs mais uma vez a fragilidade defensiva em cruzamentos laterais. Gustavo Henrique e André Ramalho não conseguiram anular o atacante adversário no lance decisivo.
No meio-campo, a dupla Raniele e José Martínez não conseguiu impor ritmo ao jogo. Rodrigo Garro, principal criador da equipe, ficou isolado e sem apoio para construir as jogadas. Breno Bidon, mais uma vez, mostrou inexperiência para o nível da competição.
No ataque, Yuri Alberto trabalhou isolado e teve poucas chances de finalização. Talles Magno, pela lateral, não conseguiu criar situações de perigo suficientes. A entrada de Romero, que deveria oxigenar o setor ofensivo, resultou em expulsão e complicou ainda mais a situação.
Hugo Souza fez boas defesas, especialmente no primeiro tempo, mas nada pôde fazer nos gols sofridos. Matheuzinho foi um dos poucos destaques positivos, tanto defensivamente quanto no golaço que diminuiu o placar.
Desdobramentos e próximos passos
A derrota no Jaconi expõe problemas estruturais que Dorival Júnior precisa resolver rapidamente. O Corinthians completou cinco jogos sem vitória como visitante no Brasileirão e demonstrou fragilidade mental em momentos decisivos.
A expulsão de Romero gera preocupação adicional. O paraguaio será desfalque no próximo compromisso e sua atitude demonstra falta de maturidade em momento crucial da temporada. A diretoria pode avaliar medidas disciplinares internas.
Para o Juventude, a vitória representa alívio momentâneo. Thiago Carpini conseguiu uma reestreia vitoriosa e pode usar o resultado como ponto de partida para buscar a permanência na primeira divisão. O time gaúcho segue na vice-lanterna, mas com dois jogos a menos e possibilidades reais de escapar do rebaixamento.
O Corinthians volta a campo no próximo sábado (16), às 21h, contra o Bahia, na Neo Química Arena. Será fundamental que a equipe demonstre capacidade de reação diante de sua torcida e retome o caminho das vitórias no Brasileirão.
A campanha irregular no primeiro turno – apenas 22 pontos em 19 jogos – coloca pressão sobre Dorival Júnior e exige melhora imediata no returno. O Timão precisa encontrar consistência para brigar por posições que garantam classificação para competições internacionais em 2026.